Jovens de Direita

por Breno Lucano

Terminada a Segunda Guerra Mundial: o mundo estava em reconstrução. Os EUA levaram para a Europa a consolidação do Velho Continente com o Plano Marshall. Por todos os lados a retórica era que os americanos venceram e que todos tinham o direito de viver a sedutora vida de classe média - dos americanos, claro!

Isso não tinha relação direta com o consumismo, mas com a construção de um homem do futuro que ainda não existia. Era idealizado. Formou-se um estilo de vida. Todos os jovens tinham que ser "machões, brancos e héteros. Melhor ainda se musculosos. Deveriam ser honrados, respeitar os pais, ser cavalheiros. Mas para contrastar também surgiu o hippie, aquele rapaz de cabelo comprido, um blazer, barba e tênis. Seria o contraponto ideal do jovem da classe média.



Nos anos 90 algo mudou: surgiu o jovem neoliberal. Sabe aquele jovem de cabelo aparado, terno apertadinho cinza e maleta na mão? Aquele garoto brilhante, com uma carreira de sucesso e que faz contraponto com o garoto desleixado com a barba grande na universidade e que milita pela esquerda? Esse foi o jovem que começou a caminhar nesse período.

No decorrer do tempo a direita prosseguiu em seu intuito de encontrar seu perfil, sua identidade. Foi necessário dar um padrão de comportamento, um modo que pudesse agrupar vários jovens num emblema que fosse aceitável, ou seja, um conservador.

Esses jovens encontraram seu lugar. Representam um personagem e sempre estão num palco. Seguem as regras dominantes do capitalismo, mas tentam  se posicionar contra algum tipo de status quo. Afinal, são jovens. Assim, o importante é questionar, mas não qualquer coisa. Sua fúria se direciona aos clássicos, a quem chama de esquerdismo. Falam contra os intelectuais, mesmo não lendo sequer gibi de banca. Pregam contra o igualitarismo e grupos minoritários que buscam seu espaço, como mulheres, gays, negros. Não é difícil encontrarmos exemplos dos que pregam tendências contrárias ao entendimento hegemônico da academia: ninguém mais hoje questiona a eficácia das vacinas ou que a Terra seja oval.

Seja como for o importante é parecer rebelde, mesmo que a rebeldia seja contra o professor ou qualquer idéia que pressuponha igualdade de oportunidades, a quem logo chamam de esquerdista. Ao que parece, esses tipos estão muito longe dos clássicos de direita. Na verdade, não passam de jovens.







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