O liberalismo é moderno. Adentra nossas práticas no capitalismo. Não há como pensar capitalismo sem uma doutrina que o justifique e o faça crível. Mas que é liberalismo?
A base do liberalismo é a liberdade. Essa liberdade é a do indivíduo, embora não como a pensamos hoje. Trata-se da liberdade do indivíduo frente ao senhor feudal. Fundamentalmente, o liberalismo quer que o indivíduo - o burguês - possa comercializar livremente sem a tutela de seu senhor e dos monopólios.
Naquele período existiam grupos que vendiam determinados produtos, em apenas determinados locais. Apenas elas produziam, apenas elas vendiam. Lembre-se de Portugal e Brasil: apenas Portugal vende para o Brasil. O Brasil apenas compra de Portugal. O liberalismo tenta romper com isso e se torna a doutrina da liberdade.
Com o tempo, mudanças significativas surgiram em seu interior. O liberalismo também passou a ser entendido como defesa da liberdade de expressão, liberdade de consciência e proteção da propriedade privada. Essas três outras coisas, defendias por Locke, produzem o que chamamos hoje de liberalismo.
Uma pessoa liberal nesse sentido não necessariamente fala de liberdade de expressão ou consciência. Ela pode simplesmente ser alguém que pense que deve poder produzir e vender para quem bem entender. Ou seja, mercado livre.
Quando outros, hoje, falam que são liberais, dizem o ser, não estão ligadas a uma plataforma de produção. Dizem apenas que desejam uma política que quer a liberdade de expressão e consciência protegidas.
As pautas identitárias, ou seja, o conjunto de reivindicações de minorias, pode ser aceita pelos liberais. Se um grupo étnico minoritário são, num lugar determinado, impedidos de se expressar, de difundir sua cultura e religião, pode falar e exprimir sua defesa da cultura e afirma sua origem afro-brasileira, por exemplo.
Esses liberais identitários, ao serem comparados com a direita que não gosta dessas pautas, podem ser chamados de liberais olhando para a esquerda, ou liberalismo de esquerda. Elas estão olhando o liberalismo em seu todo, algo que a direita diz que aceita, mas não aceita.
Nos EUA um liberal não é apenas alguém que quer liberdade de consciência, de expressão e a manutenção de sua propriedade privada. Ele não é apenas alguém que defende essas pautas e defende as minorias. Um liberal americano pode ser alguém que defende também a igualdade. Pode pensar que se você não tiver um serviço de saúde gratuito igualitário, se você não tiver igualdade de condições, não terá condições de ser livre.
O liberal americano tende a ser mais próximo de um social-democrata europeu e até mesmo de um socialista. Dependendo de regime onde seja organizado, pode ser até mais radical que qualquer social-democrata. Daí surgem nomes como Bernie Sanders e Alexandra Ocasio-Cortez, e um pouco do Obama.
Os liberais no Brasil são conservadores. Protegem a liberdade, mas apenas a de mercado. A igualdade deles é meramente formal, baseada na lei, sem se importar com a aplicação dessa lei.Não lhes interessa uma alteração das estruturas que permitam a real igualdade e pouco se importam em entender como vivem os pobres.
Quando aparece alguém com uma defesa das liberdades, já aparece sendo de esquerda. Esses liberais de esquerda articulam igualdade e liberdade, estão preocupadas com a desigualdade social e pensam que ela não é combatida com esmola do rico ou estatal. Querem, finalmente, que o trabalho seja ampliado, para que o país possa crescer. E prosperar!
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