Jeremy Bentham |
Foram os ingleses Jeremy Bentham (1748 - 1832) e Stuart Mill (1806 - 1873) que desenvolveram esta ética baseada no princípio da utilidade. Bentham, filósofo e jurista londrino, menino prodígio, terá enorme influência nas legislações dos Estados após o seu livro Introdução aos Princípios da Moral e da Legislação (1789). A humanidade, ele diz, é governada por dois soberanos: a dor e o prazer. A Lei e a Política, portanto, devem alcançar o prazer o o útil, pois o bem é o prazer e a virtude é aquilo que leva ao prazer feliz. O contemporâneo Mill, exuberante e meio anárquico, falido na tentativa de formar um partico anticonservador em Londres, aprimora em sentido até espiritualista a doutrina de Bentham sobre os prazeres, afirmando, em Princípios de Economia Política (1848), que ação útil e o prazer devem ser também uma colaboração com Deus no aperfeiçoamento do mundo. Deus não é todo-poderoso e não criou totalmente o mundo, necessitando da ajuda do homem para tanto.
Os dois autores sintetizam o utilitarismo nesta fórmula: é bom aquilo que é útil para o maior número possível de pessoas. As ações são justas se tendem a promover a felicidade, são injustas se tendem a promover o contrário da felicidade.
As ações humanas, portanto, são morais e aceitáveis quando as consequências são boas para quem as executa e para quem as recebe. É bom aquilo que proporciona o Bem Comum e o bem-estar de todos. O homem é naturalmente egoísta, mas tal egoísmo pode tornar-se benéfico para a maioria, quando é usado na ambição social e no aumento da produção. Não existe altruísmo na economia e, se vierem vantagens para os outros, isto é apenas um efeito do egoísmo.
MARCHIONNI, Antônio. ÉTICA: A ARTE DO BOM. Editora Vozes: Petrópolis, 2008. p 215-216
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