Catão de Útica ou Uticense


Catão “Uticensis” ou de Útica, o Jovem (Cato “Uticensis”), defensor da República e pretor, 54 AC

Movido por princípios estóicos, por seu respeito às tradições romanas, e por um desejo de se igualar a seu grande ancestral, Catão, o Velho, Márcio Pórcio Catão “Uticense” ganhou fama como defensor apaixonado do regime republicano aristocrático, quando este regime começava a morrer. Apesar de sua juventude e de sua posição de novato, surgiu no ano 63 AC como líder dos nobres ou optimates, suplantando o idoso Catulo e entrou em choque com César à respeito da execução dos partidários de Catilina.


No fim dos anos 60, dominou o Senado, principalmente ao se opor ao pedido dos dinastas Pompeu e Crasso e à candidatura de César para o consulado de 59 AC. Assim, em virtude de suas adesão intransigente aos princípios constitucionais, acabou precipitando a formação do Primeiro Triunvirato, e acelerou o movimento em direção à ditadura, à qual tão resolutamente se opusera.



No ano 59 AC, sua oposição à legislação de César foi violenta, mas ineficaz, embora tenha ajudado a tornar público o sentimento contra os triúnviros. Catão foi afastado de Roma em 58 AC, por uma lei de Clódio em favor dos triúnviros, que o indicaram para administrar a anexação do Chipre. Voltando a Roma, apoiou a campanha de seu cunhado L. Domício Enobarbo contra César, e foi mantido fora da pretoria até o ano 54 pela prorrogação do triunvirato.


O consulado individual de Pompeu, em 52 AC, significara o abandono dos princípios de Catão, e este, depois de fracassar na candidatura para o consulado de 51, perdeu temporariamente sua posição de destaque, talvez por não querer se associar diretamente a Pompeu.

Catão inspirou, ainda, a atitude intransigente em relação a César que precipitou o início da guerra civil, e, depois de Farsala, tornou-se a principal figura da resistência republicana. Servindo sob o comando de Metelo Cipião na África, resistiu em Útica, onde cometeu suicídio depois da vitória de César em Tapso.



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Enfermeiro formado pela UFRJ. Pós-graduado em saúde mental. Humanista. Áreas de interesse: Cinismo; materialismo francês; Sade; Michel Onfray; ética. Idealizador e escritor do Portal Veritas desde dez/2005.

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