Com Panécio, um discípulo de Antipater, chegamos verdadeiramente ao que está convencionado chamar Estoicismo Médio. A doutrina de Zenão estende-se no Oriente até à Babilônia, é bem conhecida em Alexandria, vai ganhar Roma que tenta por todos os meios helenizar-se, sendo o grego a língua das pessoas cultas.
Panéico (185 - 112 a. C.) nasceu em Rodes e aprendeu a filosofia em Atenas com Antipater; partiu depois para Roma onde se tornou amigo de Cipião Emiliano que acompanhou a Alexandria e na viagem que este empreendeu ao longo das costas ocidentais da África. Os dois homens possuíam mútua estima, e é preciso ver nesta amizade um sintoma significativo: Roma impunha-se por todos os lados graças às suas legiões e aos seus juristas que faziam reina a Pax Romana. As consciências que tinham de necessidade e de uma moral pessoal, encontraram no humanismo universalista dos estóicos uma doutrina capaz de responder às suas aspirações. É isso, talvez, que explica que Panécio tenha tido como amigos um grande número de romanos célebres: o sobrinho de Cipião, Quintus Tuberon; um jurista, Mucius Sacevola; um proconsul, Rutilius Rufus; um gramático, Aelius Stilon; Tiberius Grachus; Caius Fanius; etc.
Panécio voltou a Atenas quando da morte de Antipater e tomou a direção da escola. Com ele o estoicismo inflectiu para um humanismo da razão, ótimo para seduzir os romanos, homens de ação. A doutrina estóica perde seu rigor e Panécio faz prova de um ecletismo que o leva a utilizar ao mesmo tempo obras de discípulos de Aristóteles e da Nova Academia. A virtude não é mais concebida como implicando uma unidade indivisível e a igualdade de todas as faltas; matizando e moderando as teses dos antigos estóicos, Panécio fez muito mais apelo à probabilidade do que à certeza. "Tornar o universo familiar aos homens", tal foi a tarefa que, segundo Bevan, parece ter imposto a si mesmo.
Panécio escreveu muitas obras e principalmente um tratado Do Dever, onde se inspirou Cícero, segundo o seu próprio testemunho, para os dois primeiros livros do De Officiis.
BRUM, Jean. O Estoicismo. Coleção Biblioteca Básica de Filosofia. Lisboa, Edições 70.
Artigos Relacionados:
Panécio e a Física no Estoicismo
Posidônio
Posidônio: Antropologia e Moral
São Paulo e Estoicismo
Panéico (185 - 112 a. C.) nasceu em Rodes e aprendeu a filosofia em Atenas com Antipater; partiu depois para Roma onde se tornou amigo de Cipião Emiliano que acompanhou a Alexandria e na viagem que este empreendeu ao longo das costas ocidentais da África. Os dois homens possuíam mútua estima, e é preciso ver nesta amizade um sintoma significativo: Roma impunha-se por todos os lados graças às suas legiões e aos seus juristas que faziam reina a Pax Romana. As consciências que tinham de necessidade e de uma moral pessoal, encontraram no humanismo universalista dos estóicos uma doutrina capaz de responder às suas aspirações. É isso, talvez, que explica que Panécio tenha tido como amigos um grande número de romanos célebres: o sobrinho de Cipião, Quintus Tuberon; um jurista, Mucius Sacevola; um proconsul, Rutilius Rufus; um gramático, Aelius Stilon; Tiberius Grachus; Caius Fanius; etc.
Panécio voltou a Atenas quando da morte de Antipater e tomou a direção da escola. Com ele o estoicismo inflectiu para um humanismo da razão, ótimo para seduzir os romanos, homens de ação. A doutrina estóica perde seu rigor e Panécio faz prova de um ecletismo que o leva a utilizar ao mesmo tempo obras de discípulos de Aristóteles e da Nova Academia. A virtude não é mais concebida como implicando uma unidade indivisível e a igualdade de todas as faltas; matizando e moderando as teses dos antigos estóicos, Panécio fez muito mais apelo à probabilidade do que à certeza. "Tornar o universo familiar aos homens", tal foi a tarefa que, segundo Bevan, parece ter imposto a si mesmo.
Panécio escreveu muitas obras e principalmente um tratado Do Dever, onde se inspirou Cícero, segundo o seu próprio testemunho, para os dois primeiros livros do De Officiis.
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