Imperador Antonino


Antonino Pio (Antoninus Pius : 138 - 161), Imperador Romano



Tito Aurélio Fulvio Boionio Antonino nasceu em Lanúvio, em 19 de setembro de 86. Sua família era natural de Nîmes, na Gália Narbonense, mas seu avô e seu pai haviam ambos sido cônsules em Roma. O próprio Antoninus ocupou o consulado no ano 130 e foi posteriormente nomeado quatuórviro (um posto judiciário) na Etrúria e na Úmbria, antes de ser governador da Ásia (133/136). Existe um episódio famoso ligado a esse posto de governador: o sofista Polemão de Esmirna teria expulsado Antonino de sua casa. Em 25 de fevereiro de 138 ele foi adotado por Adriano como filho e sucessor, recebeu poder tribunício e imperium proconsular; quando Adriano morreu, em 10 de junho do mesmo ano, Antonino tornou-se imperador. Antoninus já era casado com Faustina I, antes de ser adotado por Adriano, onde tiveram 4 filhos, e três deles morreram, tendo sobrevivido sómente Faustina II.


Um dos seus primeiros atos foi conseguir do Senado - que se ressentira de Adriano nos últimos anos - a deificação de seu predecessor e a ratificação de seus atos. Conseguiu isso prometendo abolir os juízes itinerantes italianos (quatuórviros) instituídos por Adriano. O Senado conferiu a Antonino o título de "Pius" como reconhecimento de seu senso de dever em relação a seu pai. No ano seguinte (139) recebeu também o título de "Pai da Pátria" (Pater Patriae). Conseguiu manter boas relações com o Senado durante todo o seu reinado, principalmente graças a seu ato, pois os poderes e as responsabilidades dos senadores não foram aumentados em nada. Na realidade, a burocracia tornou-se mais dinâmica e Antonino reservara para seu conselho privado todas as decisões sobre os assuntos de importância. Em 140 d.C., sua esposa Faustina I morreu. Ele emitiu uma série comemorativa de moedas, a maior cunhagem da história romana, e também construiu o Templo de Faustina no Forúm onde pode ser visto ainda hoje.

O reinado de Antonino, em sua maior parte, foi um período de paz e prosperidade. Ele não era extravagante (parece ter deixado seiscentos e setenta e cinco milhões de denárius no Tesouro ao morrer), mas apoiou a construção de edifícios, principalmente na Itália. Ocorreram desordens em algumas províncias. Na Bretanha foi construída uma muralha de turfa (a Muralha de Antonino) entre os estuários do Forth e do Clyde; a muralha começou a ser construída em 143, depois de dois anos de lutas sérias. Acontecimentos importantes continuaram a ocorrer na fronteira do Reno. As províncias da África foram pertubadas pelo aumento do banditismo, que culminou na revolta da Mauritânia (145/150). Houve revoltas na Dácia e problemas no limite oriental das fronteiras do Danúbio. Nos últimos anos do reinado de Antonino, houve ameaças de uma séria guerra com os Partos, mas foi acertada às pressas.

Antoninus morreu em 7 de março de 161, em Lório (Etrúria), e seus restos mortais transladados para o Mausoléu de Adriano, em Roma. Os principais monumentos construídos por ele em Roma foram o Templo de Antoninus e Faustina, no Fórum, e uma coluna comemorativa, originalmente localizada no Campo de Marte.

Seu filho-adotivo e sucessor no trono imperial, Marco Aurélio, assim se refere a ele em suas famosas Meditações (VI: 30):

"... Sê em todas as coisas discípulo de Antonino; lembra-te da sua insistência no controle do comportamento pela razão, da sua postura tranquila em todas as ocasiões, e da sua própria santidade; da serenidade do seu aspecto e da doçura das suas maneiras; do seu desprezo pela notoriedade, e do seu zelo pelo domínio dos factos; e de como ele nunca punha de lado um assunto enquanto não o examinasse exaustivamente e o compreendesse claramente; de como ele era alvo de críticas injustas sem responder da mesma maneira; de como ele nunca tinha pressa e não tinha amigos mexeriqueiros; de como era astuto nos seus juízos sobre os homens e sobre as maneiras, mas nunca crítico; de como estava completamente liberto de nervosismos, suspeições e demasiadas subtilezas; de como facilmente se contentava em coisas como o alojamento, a cama, o vestuário, as refeições e o serviço; de como era trabalhador e paciente; de como conseguia, graças a uma dieta frugal, ficar a trabalhar de manhã à noite sem sequer atender aos apelos da natureza até à sua hora habitual; como era firme e constante nas amizades, tolerando as mais francas oposições às suas opiniões, e aceitando de bom grado qualquer correcção sugerida; da veneração, sem qualquer vestígio de superstição, que mostrava para com os deuses. Lembra-te de tudo isto para que, quando a tua hora chegar, a tua consciência esteja tão límpida como a dele."

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Enfermeiro formado pela UFRJ. Pós-graduado em saúde mental. Humanista. Áreas de interesse: Cinismo; materialismo francês; Sade; Michel Onfray; ética. Idealizador e escritor do Portal Veritas desde dez/2005.

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