Por Breno Bastos
Tenda Espírita N.S. da Piedade |
Há alguns dias os jornais noticiaram a demolição da Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, em São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro. Trata-se da instituição onde fora fundada a Umbanda em 1908 pelo então médium Zélio de Moraes, berço da única religião genuinamente brasileira, caracterizada pela agregação elementos culturais e religiosos de vários outros segmentos da sociedade, como a cultura indígena e a negra. A construção, vendida pelos descendentes de Zélio a um militar, que pretende transformar o local num depósito, foi demolida e, com ela toda uma tradição de mais de um século de história e cultura. Apenas uma desapropriação feita pela prefeita Aparecida Panisset - que é evangélica - poderia salvar o imóvel. Por motivos transparentes, nada foi feito!
Há alguns meses o Brasil sofre uma guerra sem precedentes em seu meio político: a legalização da união civil entre a comunidade gay e a punição por crimes de motivação homofóbica. Tal briga se tornou ainda mais visível em maio de 2011, quando o Supremo Tribunal determinou ao estabelecimento da união civil entre pessoas do mesmo sexo. A repercussão é notável! No Congresso, deputados evangélicos criaram a Comissão Parlamentar em Defesa da Família, com o intuito de, entre outras coisas, coibir os avanços legais da sofrida comunidade LGBT. No Judiciário, alguns magistrados de primeira instância - também evangélicos -, desafiando a decisão do STF, negaram a união estável para casais do mesmo gênero, especialmente em Goiás.
Temos aqui, entre outros exemplos, a nítida visão de mundo de Onfray. Para o filósofo francês, a religião é um meio de infusão de medo e ignorância , através do qual a corporiedade é negada a todo instante. Negada a corporiedade enquanto manifestação do pecado, também é negada toda e qualquer possibilidade de felicidade e prazer: é a queda do hedonismo! Sua crítica é mais centrada na tríade judaísmo-cristianismo-islamismo, com seus conselhos ascéticos de mortificação e pureza levados a limites extremos.
Parada Gay |
O anti-amor proposto por Onfray se manifesta em momentos como o decreto de desapropriação de Panisset que nunca ocorreu ou no repúdio público dos direitos mais básicos de qualquer cidadão civil, como declaração no imposto de renda e pensão em caso de morte do cônjugue homossexual. Em ambos os casos, temos governo em causa própria; em ambos os casos, temos a distorção patológica da religião que aliena, aprisiona e impede a felicidade.
cada coisa absurda q esse pessoal arruma...
ResponderExcluirreligião é um assunto defícil.
ResponderExcluirReligião é um meio de se propagar ódio justificado.
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