Nascido em Dânzica em 1788, é filho de um rico comerciante suicidada, vive separado da mãe por discordar do estilo "moderno" da vida dela, dá aula em Berlim no mesmo horário que Hegel para fazer-lhe concorrência e fica sem alunos. De início não logra vender seu maior livro, O Mundo Como Vontade e Representação (1813). Aquilo que Kant chamou "número" (a coisa em si), Schopenhauer o chama Vontade (ebulição caótica das coisas), e aquilo que Kant chamou "fenômeno" (a coisa como aparece), Schopenhauer o chama Representação (artimanha do sujeito). Frequentemente acabava em delegacias; um dia Schopenhauer enxotou escada abaixo uma inquilina da pensão onde vivia, foi condenado a pagar-lhe uma indenização periódica e entrava em depressão toda vez que se aproximava a época do pagamento. Nos últimos dez anos de vida o filósofo atinge notoriedade com o livro Parerga e Paralipomena (1851). Morre de pneumonia em 1860.
O mundo, em Schopenhauer, é puro acaso sem inteligência organizadora, caprichoso, imprevisível, vulcão das vontades, instintos, manias, sensualidade, poder. A vida é dor e angústia, um devir turbilhonante e cego. A vida é um sofrer, uma vontade que sempre deseja, nunca se sacia e sempre sofrer de falta. E o homem é um animal selvagem, amansado pela civilização, o qual, deixado solto, mostra aquilo que realmente é, o único animal que tortura o outro pelo prazer de ver como o outro sofre.
O que fazer diante disso? O pessimismo resignado de Schopenhauer recomenda praticar gratuitamente a justiça e a bondade para não ser devorado pelos outros, para compartilhar com os outros as agruras da vida. A saída na compaixão, no padecer junto com os outros, e também na procura da arte, porque no momento da arte o indivíduo esquece sua dor, que fica projetada fora de si, na pintura, na personagem teatral.
MARCHIONNI, Antônio. Ética: A Arte do Bom. Editora Vozes: Petrópolis, 2008. p 197-198
Ética Religiosa X Ética Secular
O mundo, em Schopenhauer, é puro acaso sem inteligência organizadora, caprichoso, imprevisível, vulcão das vontades, instintos, manias, sensualidade, poder. A vida é dor e angústia, um devir turbilhonante e cego. A vida é um sofrer, uma vontade que sempre deseja, nunca se sacia e sempre sofrer de falta. E o homem é um animal selvagem, amansado pela civilização, o qual, deixado solto, mostra aquilo que realmente é, o único animal que tortura o outro pelo prazer de ver como o outro sofre.
O que fazer diante disso? O pessimismo resignado de Schopenhauer recomenda praticar gratuitamente a justiça e a bondade para não ser devorado pelos outros, para compartilhar com os outros as agruras da vida. A saída na compaixão, no padecer junto com os outros, e também na procura da arte, porque no momento da arte o indivíduo esquece sua dor, que fica projetada fora de si, na pintura, na personagem teatral.
MARCHIONNI, Antônio. Ética: A Arte do Bom. Editora Vozes: Petrópolis, 2008. p 197-198
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