Originário de Cnido, Eudóxio, que poderia muito bem ser amigo de Aristipo, inova alguns conceitos da Academia. Da Ásia Menor, Eudóxio viaja a Atenas à procura de conhecimentos, tendo sido iniciado por Protágoras. Após conhecer o Egito, torna-se sábio em vários campos de conhecimento: matemática, astronomia, política, medicina, engenharia.
Seu pensamento possui múltiplas influências. Filia-se ao materialismo democritiano, sem, contudo, com isso, abandonar a cosmologia platônica. Isso fez com que sua relação com Platão fosse instável, embora tenha conquistado a confiança do mestre a ponto de substituí-lo na direção da Academia enquanto em Siracusa.
Eudóxio teria sido, além de Teofrasto, exímio expoente do Liceu. Isso porque as Formas não se encontram fora da matéria, mas nela. As Idéias, longe de toda transcendência, se encontram na imanência dos corpos. Em decorrência, não há dualismo maniqueísta, não há ódio ao corpo acompanhado de celebração da alma, não há desconsideração da alma sensual, ocorrendo, portanto, franca ruptura ontológica em duas opções filosóficas contraditórias: mundo físico e mundo inteligível. Bem heterodoxo esse autor de Cnido!
Sobre o prazer, temos o seguinte: trata-se de um bem, já que todos os seres a eles tendem; a dor e o sofrimento são todos evitados, sendo, portando, um mal; o prazer é um bem em si, não tendo necessidade de algo que lhe garanta esse estatuto. Essas teses, associadas à imanência das Formas, fazem de Eudóxio muito próximo a Aristóteles. Não que o estagirita seja, em si, um hedonista. Para ele, o prazer não é um mal em si, mas apenas relativamente à atividade à qual ele se volta. Claro, o prazer de prejudicar alguém é desprezível, mas o de filosofar é elogiável. Assim, Eudóxio hedonista e Aristóteles eudemonista combatem juntos contra um inimigo comum: um Platão inimigo dos Prazeres.
O conteúdo é um pouco fraco, porém ajuda! Faltaram algumas informações importantes no texto, mas dá para se ver que foi bem escrito e que o autor tem um bom empenho. Não estou fazendo uma má crítica, apenas ajudando, pois nós filósofos somos todos um único conjunto idéias aprofundadas no conhecimento! Afinal, como disse Nietzsche, "Escreve com sangue, e aprenderás que sangue é espírito."
ResponderExcluirGrande abraço! I.A.
Agradeço o comentário. E, embora o texto seja diminuto, reconheço que poderia ter explorado mais. Mesmo assim, obrigado!
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