(136) Nas concepções a própósito do prazer Epicuro diverge dos cirenaicos. Estes, com efeito, não admitem o prazer estático, mas somente o prazer em movimento. Epicuro, ao contrário, admite ambos, quer os da alma, quer os do corpo, como afirma na obra Da Escolha e da Rejeição, em outra intitulada Do Fim Supremo e no primeiro livro da obra Dos Modos de Vida, e na epístola Aos Filósofos de Mitilene. Também Diógenes (de Tarso) no décimo sétimo livro das Lições Seletas, e Metrodoro no Timocrates exprimem-se da seguinte manfeira: "Concebe-se o prazer de dois modos: o prazer em movimento e o prazer estático." E Epicuro na obra Da Escolha e da Rejeição diz o seguinte: "A tranquilidade perfeita e a ausência completa de sofrimentos são prazeres estáticos; a alegria e o deleite são prazeres em movimento enquanto vistos em sua atividade."
(137) Epicuro também diverge dos cirenaicos em outros pontos. Com efeito, estes sustentam que as dores do corpo são piores que as da alma (de qualquer modo os culpados sofrem penas corporais); Epicuro, ao contrário, considera as dores da alma piores. Realmente, a carne é transtornada pelo sofrimento apenas no presente, enquanto a alma, além de sofrer pelo presente, sofre ainda pelo passado e pelo futuro. Sendo assim, ele também crê que os prazeres são maiores que os do corpo.
E como prova de que o prazer é o fim supremo, Epicuro aduz o fato de os seres vivos imediatamente após o nascimento estarem contentes com o prazer, eqnuanto rebelam-se contra a dor por disposição natural, sem a intervenção da razão. Por instinto legítimo fugimos então à dor. De fato, Herácles também, quando estava sendo consumido pela túnica envenenada, gritou:
"bradando e ululando; as rochas em volta ecoam seu lamento, e os promontórios arborizados da Locris e os despenhadeiros longínquos da Êuboia".
Nota:
* Sófocles, Traquínias, 787-788
Diógenes Laércio, Livro X,
Aristipo de Cirene
Egésia e os Cirenaicos
Lucrécio e a Poesia do Materialismo
Epicuro e a Felicidade
Epicuro: Carta a Meneceu
Epicuro: Esboço
Diógenes Laércio
(137) Epicuro também diverge dos cirenaicos em outros pontos. Com efeito, estes sustentam que as dores do corpo são piores que as da alma (de qualquer modo os culpados sofrem penas corporais); Epicuro, ao contrário, considera as dores da alma piores. Realmente, a carne é transtornada pelo sofrimento apenas no presente, enquanto a alma, além de sofrer pelo presente, sofre ainda pelo passado e pelo futuro. Sendo assim, ele também crê que os prazeres são maiores que os do corpo.
E como prova de que o prazer é o fim supremo, Epicuro aduz o fato de os seres vivos imediatamente após o nascimento estarem contentes com o prazer, eqnuanto rebelam-se contra a dor por disposição natural, sem a intervenção da razão. Por instinto legítimo fugimos então à dor. De fato, Herácles também, quando estava sendo consumido pela túnica envenenada, gritou:
"bradando e ululando; as rochas em volta ecoam seu lamento, e os promontórios arborizados da Locris e os despenhadeiros longínquos da Êuboia".
Nota:
* Sófocles, Traquínias, 787-788
Diógenes Laércio, Livro X,
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